26 de maio de 2008

Mamãe: soneto desconexo e sem métrica, mas um soneto

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Minha mãe pediu um poema,
mas mãe, eu não sei escrever poemas.
_Não faz o que eu peço?
Tá bom, mãe, eu faço um poema

Um presente pra mamãe...
O quê? Não sei...
Pai, qual?
Ah! pai, isso não, um mais legal

Mãe... tô com uma garota.
Calma! Tá bom! prometo!
Tá bom! tô namorando uma garota

Alô, mãe? Parabéns...
Não, mas no Natal a gente vai.
Viu, Felipe aprendeu "vovó".

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19 de maio de 2008

Pensei:

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Não quero a poesia que não é poesia,
a feita para ocasiões especiais,
a concebida para agradar.
A poesia de jantares, concursos, tomadas de posse
ou qualquer data desse jeito
não é poesia. Discurso em versos.

Porque a poesia é um passado,
transposto em sentidos e sentimentos,
revelada em sinais.
E somente é quando
encarnada e enalmada no transeunte
que passa e leva pro futuro.

A poesia hoje lida já foi.
A de hoje ainda está encubada
e daqui a quinze ou mais anos há de encantar e ser estudada.


quarta-feira, 1 de novembro de 2006
modificado três vezes (até segunda-feira, 28 de janeiro de 2008)
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