31 de março de 2010

Ser deus

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Eu queria escrever umas coisas como você.
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30 de março de 2010

Minhas coxas me respondem você

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As coxas que ficaram na pele das minhas!
Ar de fruta cica no meu
dormente peito explode pra dentro
suga meus ombros.

Mar de morros
de outros sopros.
(Viajo longe
e viajo nunca.)
Em que perdi meu olhar,
perdi meu corpo,
perdi os braços,
perdi as pernas,
perdi as pernas,
perdi no pênis.

Tens razão, o amor é sexualmente transmissível.
Nem que seja teu amor em outros.
se transmuta em “por ti”.

(Veneno que sobe rápido e rasga a coxa em tensas e espasmantes.)

Um vazio pleno, fugaz e cheio, transbordante escorre você de mim.
E teus pelos e não-pelos massageiam meu carinho na tua cova de dormir,
de eu dormir em você,
de dormir um pra sempre fundo (até quando?) em você.

A, delícia! Tua língua me ouvindo o dentro.
Teu relevo me aquecendo um sentir forte de olfato.
E é você esse som murmurante, baixinho e explícito, que me infla
a ser Eurói.

Cadência do teu rio rolando pelas minhas pedras,
ao fundo fundo
mar onde me perco
afogo.

A Insolação.
Arrombou silenciosa minha pele.
“Guarda-te o amor.
Teme essa felicidade.”

Minha ferida ferida por ti.
Minha felina aberta
me arrisca a pele cardial.
Na cama
uma vez mais.
A levantar a madrugada de mim,
nua.
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Minhas

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Minhas antes paixões filhas de putas,
como as xingo!
Mulheres de quem respirei
como as leveduras se nutrem de glicose!
pelas quais fui furado,
vazando todo meu éter espesso pelo chão.

Gatunas de minha força e ação:
fletida minha pena a uma flacidez inútil.

Meses
e não escrevo pra sentir pra escrever
novo caminho.

Feitoras de minha melancolia:
fugidas com minhas mãos em seus corpos.


Minhas ante paixões, filhas da puta,
ainda pra sempre as sangrarei.
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