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30 de novembro de 2014

(sem título)

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Vem. Me recebe na volta da viagem.
Eu vou sair, vou atravessar.
Quem sabe, voltarei. Outro.

Vem. Fica. Outra te receberei.
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17 de junho de 2014

Me devolve

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A visão: ela e o outro:
Espelho: a imagem da dupla ausência:
Ela e alguém.
E esse outro que não sou eu.
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22 de abril de 2011

Fenomenologia da supernova em mim

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Qual formiga andando sobre a pele dos bíceps
a memória faz me trazer uma leve tensão implosiva em meus adutores
Escrevo uma poesia pra expandir a noite passada
santa moura e alva
E de atropofágico como do jeito do meu camarada
como junto do meu
como junto do dela
de passada.
Que passada é essa de nova?
Passada afim de sim
Passada de ti pra te de tá pra tha pra mim
Pra mim tá
pra tá sim.
De nova em mim
Sim?
Não sei se sim passa
mas a passada do não fica mesmo passado.
Opa! peraí! no nome que é masculino coloco um A no fim.
E do A que não tenho em mim faço
Ah!,
suspiros todos meus

! Volto meus olhos pra baixo vendo minha cabeça volta pra cima.

De dela pra mim sim,
pra ele assim sim também
, que pra eu não diz gosto.
Vendo meu gosto
Sinto teus corpos
Desgênero noss
Que passada é essa de nova?
Nova de dois pra três.
Explosão atópica do atômico.

(Eu pra mim:
pra se destraír
passo atrás de pegadas
passadas
Mas passada nova também
E nova nova semana que vem)

Camarada, que você faz aqui?
Aquilo que agora queríamos todos
A explosão supernova
passada em mim de tha ti tá
de tha ti tá
de tá
está
em mim.

Evoé!
.

28 de fevereiro de 2011

God drag the queen

.
Só a minha mulher menstrua.
A rua anda por baixo dos pés de homens e mulher feias.
algumas mulheres bonitas,
raros homens esbeltos, nunca desejáveis.

Minhas coxas correm veias de cobre
um veludo verde faza,
escorre doído, rasgante.
Não. amacia.
Meus pelos e espinhas prazenteariam. não
fosse

Não pode. Não deve.
Tem que
O Soneto me disse, o Soneto mandou.
Você, Poesia, honrará sua palavra – minha posseção.
Meu pé te mandará voltar
pra lá e pra mim.
Meus pés rápidos no teu corpo,
minhas falanges fechadas no teu plexo
te marcam como tua métrica escandiu minhas pernas, meu ombro direito.

Seja linda, seja bunduda, seja Vênus de quadris largos.
Seja berço, uma gaivota em relincho, me ame.

Mulher, a mim instrua.
Me negue, me mate.
porque desejo o Novo Novo Testamento.
e só sobre o ego sangrando sobre o classicismo
meu imperioso Belo desjaz.

E então pra Antiga Pérsia me vou.
Me sento em Persépolis e depois Pasárgada.
Pela estrada real o ciclo nasce novo e as mulheres já são lindas.

Pelo prado a luz sempre em crepúsculo.
Pelas águas o sol sempre em aurora.

As ninfas! eitas! farfalhejam os vestidos entre os trigais.

A lua de mim sobe e divide a pino o céu de sol-de-aurora e sol-de-crepúsculo.
A esfera brancazulada domina o centro alto.
Os círculos amarelos a diagonal de segundo plano.
O prado-trigo-mar horizonte de um terço.

O canto, um dístico.
Na festa de dEUses; ditirambos.
As amestruadoras vazam.
Bancantes:
a lua eclipsa dois sóis e o poeta grita agudo.

Feludo ferde vaza pelos minhas mãos.
Eu meu próprio Pilatos:
do plexo volta o punho-coágulo de útero.
eis o homem
.

1 de junho de 2010

Tirei tuas vírgulas de propósito

.
Fiz um poema pra você
Não achei demais
Minhas mãos se exigem
a escrever pros teus olhos
Não sou poeta
Escrevo pros teus olhos verem os meus

Nessas nossas
perdi um ônibus por você
perdi outros ônibus com você
E assim perdendo pra onde vou?

Perderia outros tantos
pra me achar perdido nesse ponto-você
pra te achar mais mais
pra me achares sem mapa
num nu de nós
esperando a resposta de um salmão e fondue de chocolate
.

21 de setembro de 2009

A manhã das mãos pro futuro

.
Maintenant que la maison en pierre est conclue,
les ouvriers initient le mur.

Le mur est faite de barres de fer avec des bout-javelot en acier
capable d'arracher la vie qui tombe sur elles.
Une chef-d'oeuvre de plus haute classe
qui empêchera l'entrée d'imundus, affamés, vagabons et
vendeurs de rose rouges.
........Roses de toute couleur, spécialement les mouillées et parfumées (– Au nom du Père!).
........Rougex de toute espèce.

Barres et lances qui empêcheront la sortie.....................de coffres-fort pleins de félins,
................................................................................de statues de dîners et
................................................................................d'innocents, sèches et flasque.

Entre les barres et sur les bouts en acier
il ne passera rien à l'exception de
la Pluie et la Mort et ...................................................De-main.



Now the stone house is finished and
the workmen are beginning the fence.

The palings are made of iron bars with steel points-spears that
can stab the life out of any man who falls on them.
It is a masterpiece of the highest class,
and will shut off the rabble: dirty, starving, wandering men and
the red rose sellers.
........Roses of all coulors, especially the moistened and perfumed ones.
........Red of all kinds.

Bars and spears that will shut in...................................the safe chest full of felines,
................................................................................the statues of dinners and
................................................................................the innocents, dry and flacid.

Passing through the bars and over the steel points
will go nothing except
the Death and the Rain and..........................................To-morrow.



Agora que a casa de pedra está construída,
os peões começam a sebe.

São barras de ferro com pontas-lanças de aço
capazes de tirar a vida de quem se ouse sobre elas.
Uma obra-prima da mais alta classe,
que impedirá a entrada de imundus, famintos, vagabundos e
vendedores de rosas vermelhas.
........Rosas de toda cor, especialmente as molhadas e perfumadas (– Em nome do Pai!).
........Vermelhas de toda espécie.

Barras e lanças que impedirão a saída ..........................de cofres cheios de felinos,
................................................................................de estátuas de jantares e
................................................................................de inocentes, secos e flácidos.

Entre as barras e sobre as pontas de aço
nada passará exceto
a Chuva e a Morte e o.................................................A-manhã.

Após seis horas.
Baseado no poema "A Fence", de Carl Sandburg.
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18 de maio de 2009

Bilhar

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Quatro bolas, duras, das de bilhar, na mesa:
Uma branca, maior, e três outras coloridas.
A branca bate, empurra, esbarra, resvala e joga as outras pra lá e pra cá.
De frente, de raspão, de tabela pro outro lado.
Às vezes bate e volta, às vezes bate e fica. Outras, bate e continua batendo.
Mas ninguém cai.
Dá um toquinho. Dá uma encostada. Dá um encontrão. Dá um porradão.
Peraí!
grita uma bola das coloridas, achas que só porque é branquinha podes ficar mandando nas direções, eu vou pra onde me der na telha. Tchau!
Aí o cara do taco se revolta, puta merda de bola, tá loca. Ora corre, ora foge, ora pára.
É a mesa que tá torta.
Torto tá seu pau (esse é o dono do bar), seu bêbedo, mesa de bar meu é boa, ardósia de primeira.
Vai vender cachaça que é o melhor que você faz, vai, seu Rivelino.

Nessa hora, o poeta, sentado lá no fundo se levanta, deixa duas notas, uma pra conta, outra pro garçom, sai de fininho, com o caderno, em branco, na mão esquerda ouvindo o barulho da confusão lá atrás.

29 de dezembro de 2008
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21 de novembro de 2008

Texto

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Agora é tempo de poesiar tudo:
todos, a qualquer instante, podem.
Você também!
Vamos, vamos poesiar tudo:
colocar no papel cada coisa da vida que acontece agora.

Vai, coloque o amor,
as bombas, o tempo,
a tristeza, o som, as brigas.
Por que não o computador,
o trabalho, o casamento,
o bife, as contas?

Há! é sim, tudo vale,
tudo serve,
serve sim, é suficiente.
É, fica legal.

Legal, né?
Que coisa, agora todo mundo é poeta.
Que lindo!

Vai, fale do trema,
do herói que virou heroi.
Escreva com rimas ricas e raras,
ou, pelo menos, com métrica.
Disserte em versos sobre os diversos usos do hífen em “con-fusão”,
cite os velhos clássicos de ídolos,
mas não me venha com essa de poesia.
Não me venha com esses livrinhos e blogs de artista.

Vai, alguma coisa nova, por favor.

Mas não basta reclamar do que já foi feito.
Tem-se que criar, ralar pra criar, sofrer
e tirar o leite da pedra.
Não porque é duro, porém porque é impossível.
Falar do óbvio, de modo intangível, com letras inexpressáveis.
Não porque não faz sentido, porém porque é vivo.
Sinalizar o sagrado e o profano no mesmo ponto.
Sem dicotomia, porém com caótica pontualidade.

Só então poderá dizer:
“Talvez isso seja alguma coisa.”
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20 de junho de 2008

e-opereta

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(adagio)

Longas conversas no botequim lá atrás,
no tempo.

(presto)
internet
veloz

e-mail
e-talking
e-person

(adagio)
Cartas guardadas em caixas, embaixo da cama,
embaixo no tempo.

(andantino)
caixa de correio cheia
esvaziar lixeira

...embaixo no tempo.

(presto)
Hey!
Time is money.
Money is life.
(rall............)
Life is gone.
Just live and let die.

(andantino)
Esquecer o passado; século XXI
é bola pra frente e assim que se leva a vida.
Fired! Ok! Emprego é sazonal.
bola pra frente, assim que se leva a vida.

Café da manhã fica na manhã, agora é coffe break,
se rapidinho dá tempo de um happy hour.

Chegar em casa de noite, sem filhos pra abraçar,
sem saber se a namorada vai estar,
em casa, ou no happy hour.

Banho fast-food e televisão, all together.

(allegretto)
Putz! uma idéia!
Nem dá tempo de escrever no papel,
escrevo no computador, é mais rápido que o lápis.
Já põe no blog, assim já tá na net, já tá publicado, já no
mundo wide web.



(adagio)
Um homem tão rápido, descompassado, descomunicado...

Sei não, tive uma discussão psicofilosófica tão boa no MSN9.0 agora,
pena que esqueci de salvar.


quinta, 3:59, após uma boa conversa virtual.
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11 de junho de 2008

TGV

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Lá no francês
tem uma moça toda francesinha,
de chanel e scarpins.

Mais elle ne comprend rien.

Coitada! se perdeu no curso.
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26 de maio de 2008

Mamãe: soneto desconexo e sem métrica, mas um soneto

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Minha mãe pediu um poema,
mas mãe, eu não sei escrever poemas.
_Não faz o que eu peço?
Tá bom, mãe, eu faço um poema

Um presente pra mamãe...
O quê? Não sei...
Pai, qual?
Ah! pai, isso não, um mais legal

Mãe... tô com uma garota.
Calma! Tá bom! prometo!
Tá bom! tô namorando uma garota

Alô, mãe? Parabéns...
Não, mas no Natal a gente vai.
Viu, Felipe aprendeu "vovó".

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