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Num quarto que não é meu,roupas que não são minhas.
Quarto apertado,
roupas largas.
Eu
por ruas de gente,
olho nos olhos e não aguento,
ando direto e não aguento,
chego perto e não aguento.
Sinto sua falta.
Sinto falta de colo, corpo, cama, quarto, casa.
No espelho eu não aguento,
no sono eu não aguento,
no coçar-me eu não aguento.
Sinto falta de você, outro.
Sinto falta de você, eu.
E como? agora de ombros e braços flácidos,
joelhos esticados,
pescoço esticado e duro,
olhos no escuro?
Sinto a falta de você, eu.
Agora não busco,
não ando,
não vejo.
Há muito perdi a graça.
E por nada,
nem um pedaço de celulose,
nem um montinho de sílica,
quero.
Não quero!
Não quero graça,
não vejo graça,
não tento graça,
não faço graça.
Há muito perdi.
O que fiz?
Sinto.
Falta.
A casa morre,
o quarto morre,
a cama morre,
o corpo morre,
o colo fecha.
Não tenho graça.
Eu
Outro
Sinto
Falta
(sua)
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