5 de novembro de 2015

Eu sou Desejo

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Bem vindo à minha morada. Onde tudo pega fogo, e cada toque – um dedo, um uivo, ou a trombeta dos cornos – perfura a pele além dos ossos, além da alma. Eu te penetro em fogo e fúria, derreto teus nervos de aço, escaldo, descaldo e derramo: lava em teus ouvidos.

Pelo interno das vísceras, escorro quente – como corrôo corpo de metal frio que cai em mim. Engulo pedra. Consumo tudo. Depois, resta só o pó de terra preta e fina. No fundo, no quintal, há uma fonte pedra, e dela jorra clara água.
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Sintomal

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Do começo ao fim.
Atravesso a pele.
Descubro:
No real te vi,
te amei.

Sentirei sua falta, outra
(mais uma)
mas ficar não posso.

Me nego,
Me em trevo,
Que Seja a Sorte!

Mais Uma!
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