18 de maio de 2009

Bilhar

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Quatro bolas, duras, das de bilhar, na mesa:
Uma branca, maior, e três outras coloridas.
A branca bate, empurra, esbarra, resvala e joga as outras pra lá e pra cá.
De frente, de raspão, de tabela pro outro lado.
Às vezes bate e volta, às vezes bate e fica. Outras, bate e continua batendo.
Mas ninguém cai.
Dá um toquinho. Dá uma encostada. Dá um encontrão. Dá um porradão.
Peraí!
grita uma bola das coloridas, achas que só porque é branquinha podes ficar mandando nas direções, eu vou pra onde me der na telha. Tchau!
Aí o cara do taco se revolta, puta merda de bola, tá loca. Ora corre, ora foge, ora pára.
É a mesa que tá torta.
Torto tá seu pau (esse é o dono do bar), seu bêbedo, mesa de bar meu é boa, ardósia de primeira.
Vai vender cachaça que é o melhor que você faz, vai, seu Rivelino.

Nessa hora, o poeta, sentado lá no fundo se levanta, deixa duas notas, uma pra conta, outra pro garçom, sai de fininho, com o caderno, em branco, na mão esquerda ouvindo o barulho da confusão lá atrás.

29 de dezembro de 2008
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