4 de maio de 2009

Antiáguadade

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Pode a pátria nos tirar (d)os seios e (d)a casa confortável
para brigarmos uma luta de poucos?
Em nome de um objetivo que alguns esclarecidos almejam,
é necessário deixar-mos a pars urbana para convertermos a cegueira em luz?

Onde está minha luta, agora?
Na mata de Apocalipse Now,
Estação da Luz pegando fogo no escuro,
franceses num Brasil inglês.
Onde está minha luta, agora?
A multidão de corpos que podiam ser orgia me engana a vista:
frios trombados nos outros.
Onde está minha luta agora?

Em nome da polis perdes na ida e na volta.
Com a casa seca de comida, te atiram a cataputa na cara,
mas tua lança resiste na caça ao peixe de águas quentes e coletivas, não públicas, púbicas.

E aquele que já não navega mais sobre Buquerina
vê na água o espelho torto e fluido sangrado que não penetra mais seus dedos,
mas os engole, como a todo o corpo submerso,
deitado no leito da pátria e sem luz.

O sangue da luta, da água, da conspiração da terra,
da cooperação dos grãos de terra, invade, derruba, domina a bandeira flácida.
Perde-se a guerra?
Umas outras tornarão.
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